Lagarta do Pinheiro: conheça os perigos

A lagarta do pinheiro é prejudicial para nós, para os nossos patudos e para os próprios pinheiros.

Descubra os perigos inerentes à proximidade com esta espécie, bem como cuidados a considerar, sintomas e tratamento em caso de infeção.

 

Lagarta do Pinheiro: conheça os perigos

 

A lagarta do pinheiro, também denominada de processionária porque se desloca em filas, como numa “procissão”, é uma espécie vulgarmente conhecida pelo seu perigo para o Homem, para os animais e, curiosamente, para os próprios pinheiros (seu principal hospedeiro).

Em Portugal, a lagarta do pinheiro tem uma manifestação imensa por todo o território nacional, resultado da quantidade deste tipo de árvores no nosso país e das condições climatéricas, propícias ao seu desenvolvimento.

Mas o que faz desta espécie um perigo para tantas outras, especialmente mamíferos?

 

LAGARTA DO PINHEIRO: CICLO DE VIDA E TOXICIDADE


 

A lagarta do pinheiro (nomenclatura científica: Thaumetopoea Pityocampa Schiff) é o principal inseto desfolhador dos pinheiros e cedros em Portugal e um dos principais destruidores destas árvores no Médio Oriente e África do Norte (Arnaldo et al., 2010).

O grande perigo deriva da toxicidade dos seus pelos, os quais possuem características urticantes.

 

  • Ciclo de vida

 

Como qualquer inseto, esta lagarta passa por várias fases de crescimento: ovo, lagarta, pupa e adulto (borboleta).

A 2ª fase (lagarta) caracteriza-se por vários estágios de desenvolvimento e considera-se tóxica a partir do 3º estágio, pois é a partir deste momento que adquire os tais pelos.

Considere o seguinte: estes organismos nascem, crescem e, quando chega a altura, descem em fila até ao solo com o intuito de procurar o local ideal para se enterrar e preparar para a próxima fase de crescimento.

 

  • Períodos mais perigosos

 

Para os seres humanos e para os nossos patudos, a altura mais perigosa está de acordo com as fases de desenvolvimento desta espécie, em especial a partir do 3º estágio de desenvolvimento da lagarta.

Assim, deve ter especial atenção ao período compreendido entre janeiro e maio, uma vez que é nesta altura que a lagarta do pinheiro liberta milhares de pelos ao deslocar-se, os quais podem aumentar a possibilidade de intoxicação e causar reações alérgicas.

 

LAGARTA DO PINHEIRO: SINAIS E SINTOMAS


 

Lagarta do Pinheiro: conheça os perigos

 

Em caso de exposição à lagarta do pinheiro, os sintomas de infeção caracterizam-se por reações alérgicas. A gravidade varia em função do tempo/intensidade da exposição e da própria sensibilidade do infetado. Em situações extremas, pode até levar à morte.

As crianças e os animais são os mais afetados, em virtude da sua curiosidade e brincadeiras.

 

  • Reações Cutâneas: irritações cutâneas, urticária, comichão intensa, ardor, inchaço e pele vermelha.

  

  • Reações Oculares: sintomas semelhantes aos de uma conjuntivite – olhos avermelhados, comichão e inchaço

 

  • Reações Respiratórias: tosse e dispneia (dificuldade em respirar)

 

No caso do nosso melhor amigo, a exposição à lagarta do pinheiro pode ser ainda mais perigosa e, para além do contacto físico ou inalação dos seus pelos, pode dar-se também por intermédio da sua ingestão. Assim, deve considerar igualmente outros sinais:

– Salivação excessiva;

– Febre;

– Dificuldade em mastigar e/ou engolir;

– Vómitos;

– Fadiga e apatia;

– Perda de apetite;

– Choque anafilático.

 

LAGARTA DO PINHEIRO: TRATAMENTO


 

– Se o seu patudo entrar em contacto com a lagarta do pinheiro, mantenha a calma e entre em contacto/dirija-se imediatamente ao médico veterinário;

Evite que o seu amigo se coce e/ou lamba o corpo, pois poderá espalhar ainda mais os pelos e/ou criar feridas no corpo;

– No caso de o seu animal apresentar pelos urticantes no corpo, poderá tentar tirá-los. Devera fazê-lo com luvas e, se possível, uma máscara para se proteger.

– Passe água abundante pela zona infetada. Se possível, lave-o completamente com água quente.

– Saiba também que poderá haver necessidade de medicação prescrita pelo médico veterinário.

 

Em situações mais graves:

–  O animal poderá ser hospitalizado;

–  A zona afetada poderá ter que ser amputada (exemplo comum: língua);

–  Em última instância, poderá ter que se recorrer à eutanásia, por impossibilidade de viver com uma qualidade de vida mínima.

 

No caso dos seres humanos, pode considerar outros aspetos:

– Lavar a pele e os olhos com água abundante;

– Retirar a roupa;

– Retirar os pelos urticantes que possam continuar em contacto com a pele;

– Lavar as peças de roupa a altas temperaturas (acima de 60ºC);

– Tomar um anti-histamínico;

– Em situações extremas, deve dirigir-se ao hospital.

 

LAGARTA DO PINHEIRO: PREVENÇÃO


 

Lagarta do Pinheiro: conheça os perigos

 

A melhor forma de segurança passa efetivamente pela prevenção:

– Evite passear com o seu melhor amigo em zonas de pinheiros, no período entre os meses de janeiro e maio;

– Se tiver necessariamente que passear em zonas próximas de grandes florestas, garanta que o seu patudo anda sempre à trela;

– Mantenha especial atenção durante o passeio.

 

Atualmente existem armadilhas que pode comprar e colocar junto aos troncos das árvores na altura em que as lagartas iniciam a sua descida até ao solo (janeiro).

Destacamos especial cuidado para as colocar fora do alcance das crianças e dos animais.

Deverá ser mantida no local até maio e posteriormente ser irrigada com água muito quente, por forma a destruir a toxicidade da espécie. Por último, deve deitar fora.

 

Existindo necessidade de exterminar esta praga, nomeadamente em zonas muito afetadas, saiba que a destruição dos ninhos é feita através do fogo ou de inseticidas específicos.

No entanto, todo o cuidado é pouco e, se optar por realizar a “desparasitação self-service” deve usar luvas e máscara para evitar o contato com os pelos urticários e tóxicos da lagarta do pinheiro.

 

Em suma, mantenha a sua família segura e feliz: a de duas e a de quatro patas.

Conheça os perigos inerentes à lagarta do pinheiro, bem como sintomas e formas de tratamento e especialmente, como se pode prevenir.

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