Angioedema em cães: causas, sintomas e tratamento

O angioedema em cães é caracterizado por uma reação alérgica na pele e nas mucosas, que pode afetar o seu cão de diversas maneiras. Existem vários tipos de sintomas aos quais pode estar atento. Descubra tudo neste artigo!

Angioedema em cães: causas, sintomas e tratamento

O que é o Angioedema em cães?

O angioedema é uma reação alérgica na pele e nas mucosas, incluindo as dos tratos respiratório e gastrointestinal. Esta doença resulta da desgranulação de células inflamatórias, com o nome de mastócitos e basófilos, mediante vários estímulos. A desgranulação acaba por libertar destas células substâncias vasoativas e inflamatórias nos tecidos envolventes.

Assim, esta condição é caracterizada por um aumento da permeabilidade vascular e o derrame do líquido intravascular. Por consequência, o aspeto dos tecidos acaba por se alterar. Podem chegar a ocorrer deformações acentuadas, como inchaços no rosto.

Existem alguns mediadores para este aumento permeabilidade vascular. Primeiramente, existem os mediadores derivados de mastócitos, onde são afetadas as camadas superficiais do tecido subcutâneo, incluindo a junção dermoepidérmica.Isto faz com que com que o animal apresente urticária e comichão. Em segundo lugar, temos como mediador a bradicinina, uma proteína plasmática presente em todos os processos inflamatórios que favorece a dilatação dos vasos sanguíneos e o aumento da ação permeável dos capilares. Este aumento do líquido dos vasos vasculares para os tecidos e mucosas, produz edemas. Por sua vez, estes edemas podem chegar a desfigurar o cão e até provocar-lhe morte por asfixia. Com este mediador, a derme não é afetada e não se verifica comichão urticária.

Causas e tipos do angioedema em cães

Esta condição é muitas vezes causada por exposição a alergénios, como plantas, picadas de insetos, detergentes, fármacos, vacinas, mesmo alimentos, entre outros. Além disso, o angioedema pode ter vários tipos, que têm causas diferentes. Entre eles verificamos o tipo  hereditário, adquirido, por hemodiálise e por IECA.

Em primeiro lugar, o angioedema hereditário ocorre quando existe um défice ou um problema no funcionamento inibidor da esterase C1 (um derivado do plasma). Este angioedema não provoca alergia, mas é genético, mas pode provocar aumento da concentração de algumas moléculas, como a bradicinina, aumentando a permeabilidade dos vasos.

Em segundo lugar, o angioedema adquirido é provocado por um estímulo exterior, tendo vários tipos. O primeiro deve-se ao consumo excessivo de C1-INH e está associado a síndromes linfoproliferativos (ocorrem em várias condições em que os glóbulos brancos se proliferam em quantidades excessivas) e doenças autoimunes.  Já no segundo, há a presença de autoanticorpos do C1-INH, neutralizando a sua atividade sem afetar os seus níveis. Geralmente está associado a disglobulinemia (anomalia das imunoglobulinas plasmáticas) de origem desconhecida.

Em terceiro lugar, verificamos o angioedema por hemodiálise, que pode causar choque hipovolémico e em consequência a morte do cão. Por último, um tipo mais raro de se manifestar, é o angioedema por IECA, causado pelo consumo de medicamentos inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA). Estes medicamentos são utilizados no tratamento da insuficiência cardíaca crónica e da hipertensão arterial, para diminuir a resistência vascular sistémica e as tensões arteriais. Não é comum que causem angioedema, mas pode acontecer.

Angioedema em cães: causas, sintomas e tratamento

Sintomas do angioedema em cães

Os sintomas que o seu cão pode manifestar são vários. Entre eles, verifica-se o inchaço da face, na zona do pescoço e comichão nas zonas inchadas. Podem surgir lesões avermelhadas, de diâmetros variáveis em certas partes do corpo ou pelo corpo todo.

Para além destes sintomas, o seu cão também pode parecer mais abalado fisicamente, podendo ter manifestações dentro do seu corpo. Caso o angiodema cause inchaço das vias respiratórias, como nos tecidos circundantes à laringe, pode haver dificuldade respiratória e até risco de asfixia. Pode ainda manifestar-se com um risco acrescido do desenvolvimento de coagulação intravascular disseminada (CID).

Outra manifestação do angioedema dá-se através de reações anafiláticas que envolvem o trato gastrointestinal e são acompanhadas de vómito e diarreia. Verifica-se ainda a possibilidade de o seu cão ter um choque anafilático, uma reação de maior gravidade, que pode levar à morte. Se o seu patudo estiver em choque terá as mucosas pálidas, pulsos débeis, taquicardia e extremidades frias.

Se desconfiar que o seu patudo está a sofrer algum tipo de sintoma acima, leve-o de imediato para o veterinário para ser examinado.

Tratamento 

O tratamento é feito após um diagnóstico e exames clínicos que ditarão o melhor procedimento para curar o angioedema. O tratamento dependerá da gravidade. Geralmente o prognóstico é favorável quando o animal é assistido o mais rápido possível.

Alguns dos tratamentos recorrem à fluidoterapia e administração de fármacos como glucocorticoides, adrenalina e anti-histamínicos. Caso o sintoma do patudo tenha a ver com um inchaço nas vias respiratórias, choque e CID, o animal tem de ficar em vigilância médica durante 24 horas. Visto que é necessário garantir que há controlo sobre a reação.

Angioedema em cães: causas, sintomas e tratamento

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