Ansiedade de Separação em Cães: Depois da Quarentena

Durante a quarentena conseguimos estar com os nossos patudos como nunca, mas agora que está a terminar pode surgir o problema de Ansiedade de Separação em cães.

Descubra o que é esta patologia e como minimizar a ansiedade nos seus melhores amigos quando retomar as suas rotinas.

 

Ansiedade de Separação em Cães: Depois da Quarentena

 

Poder estar com os donos 24 horas por dia? Este é o sonho de qualquer patudo.

Confesso que também é um dos meus: estar com eles assim, todos os dias.

Após tantos dias coladinhos aos donos, os nossos melhores amigos não estão preparados para o que se avizinha – o regresso à normalidade.

Os nossos cães não compreendem o que se passa. Numa semana estamos com eles todos os dias; na seguinte, voltamos a trabalhar e a deixá-los em casa durante alguns intervalos de tempo.

O período pós-quarentena poderá originar ou intensificar a ansiedade dos nossos patudos, levando à Síndrome de Ansiedade de Separação e, consequentemente, a comportamentos indesejados.

Especialistas em comportamento animal suspeitam que este período poderá exacerbar esta síndrome.

Assim, compreender esta patologia e saber como minimizar os comportamentos indesejados assume um papel fundamental.

 

SÍNDROME DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO EM ANIMAIS: O QUE É?


A síndrome de ansiedade de separação em animais consiste num distúrbio de comportamento animal. No caso dos cães, é caracterizado por comportamentos indesejados quando estes são afastados dos donos ou outras figuras de afeição. Pode ser outra pessoa ou até mesmo outro animal.

 

SÍNDROME DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO EM CÃES: COMPORTAMENTOS


Ansiedade de Separação em Cães: Depois da Quarentena

 

Os comportamentos mais comuns nos nossos patudos com esta síndrome são:

Vocalização excessiva – Uivos, choros ou latidos em excesso. Desencadeados quando deixados sozinhos ou separados da figura de afeição;

Comportamento destrutivo – Roer ou arranhar objetos, nomeadamente da figura de ligação; se tiver um quintal, poderá iniciar um comportamento;

Fuga – Tentativas de fuga são muito comuns nestes casos e podem resultar em lesões no animal ou destruição de zonas/objetos na casa, especialmente em locais de saída, como janelas e portas.

Defecar e urinar em locais inapropriados – Normalmente objetos e locais associados à figura de ligação.

Coprofagia – Após defecar, o animal come as próprias fezes.

Transtornos compulsivos – Alguns cães andam ou trotam segundo um padrão fixo específico: andar em padrões circulares ou apenas para a frente e para trás.

 

Segundo a American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (ASPCA), estes comportamentos normalmente não ocorrem quando a figura de vínculo está presente.

 

Destacamos a existência de outros comportamentos como vómitos, hipersalivação, e depressão que podem também ser manifestações desta síndrome.

Quando depressivo, o patudo apresenta inércia, não come e não faz necessidades. Normalmente passa todo o tempo em que está sozinho a dormir.

 

SÍNDROME DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO EM CÃES: PORQUÊ?


Não existe evidência conclusiva que demonstre exatamente como os cães desenvolvem a ansiedade de separação. Contudo, crê-se que a perda de uma pessoa ou grupo de pessoas importantes para um cão pode levar a este distúrbio.

Embora não haja conclusões absolutas sobre a origem desta patologia, a ASPCA indica algumas situações que lhe podem estar associadas:

Mudança de dono ou família; mudança de residência ou mudança do quadro familiar, como o aumento ou redução da família.

Outra situação associada à síndrome de ansiedade de separação é a mudança abrupta da rotina.

Facilmente identificamos o período pós-quarentena como uma situação deste género. Será certamente uma mudança radical na rotina. Na nossa e na deles.

Devemos então começar por introduzir estratégias que minimizem esta ansiedade ainda durante a quarentena. Deste modo, quando por fim retomarmos a vida habitual, conseguiremos relativizar a situação.

 

SÍNDROME DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO EM CÃES: DICAS


Ansiedade de Separação em Cães: Depois da Quarentena

 

Especialistas em psicologia e comportamento canino sugerem que a codependência dos nossos patudos associada à quarentena causará um grande choque quando finalmente os donos voltarem a trabalhar.

Usufrua do conjunto de dicas indicadas por especialistas na área e garanta que o seu melhor amigo não sofre de forma abrupta com a mudança:

 

  • Períodos de separação

Durante a quarentena, coloque o seu patudo numa divisão separada durante cerca de 30 minutos, algumas vezes ao dia. Desta forma, ele habituar-se-á à ideia de estar sozinho.

Pode começar por períodos de separação mais curtos e ir aumentando até cerca de 30 minutos de cada vez.

O essencial é manter o seu melhor amigo relaxado.

 

  • Cama ou zona de conforto

Garanta que o seu animal tem um local confortável onde pode descansar em paz. Naturalmente, este deve ser garantida em qualquer momento.

 

  • Minimize distúrbios

De uma forma geral, os cães ladram quando ouvem ruídos vindos da rua. Como tal, e se possível, coloque-o numa zona mais tranquila e silenciosa.

 

  • Deixe um brinquedo especial

Garanta que o seu melhor amigo tem um objeto/brinquedo mentalmente estimulante enquanto está fora (ou quando ele está separado, noutra divisão). Assim, ele ficará entretido enquanto está sozinho.

 

  • Exercício Físico

Antes de sair de casa ou separá-lo da família durante curtos períodos de tempo, garanta que ele gasta energia. Providencie exercício físico. Ele sentir-se-á mais relaxado e calmo enquanto estiver sozinho.

 

  • Pet sitting e/ou Dog walking

Depois da quarentena, se o seu melhor amigo continuar a sofrer de ansiedade ou estiver fora durante muitas horas por dia, poderá usufruir dos serviços da Zoowish.

Uma comunidade de apaixonados por animais, onde pode encontrar alguém de absoluta confiança para cuidar do seu patudo durante a sua ausência.

Os especialistas sugerem que é uma ótima maneira de manter o seu animal acompanhado, entretido e a fazer exercício físico.

 

Utilize estas sugestões e garanta que a mudança de rotina não é tão abruta e radical. Mantenha o seu melhor amigo são, física e psicologicamente.

 

“Organizando o dia do seu cão com tempo de separação, tempo para brincar, exercício físico, outras atividades (como um brinquedo estimulante com comida) e períodos de silêncio, garante que o seu cão mantém a habilidade para lidar com os diferentes aspetos da “vida normal” quando regressar à mesma.”

Dogs Trust (2020)

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